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A publicação de artigos científicos está passando por uma revolução impulsionada pela inteligência artificial (IA) e suas novas tecnologias. O fácil acesso a um volume exponencial de informações e ferramentas de IA, tais como: ChatGPT, Gemini, Aria etc., abrem portas para novas e impressionantes possibilidades de fazer pesquisa, bem como sua divulgação. A expectativa é, que em um futuro não muito distante, o cenário se expandirá ainda mais com o advento da computação quântica. O modelo atual de IA contempla acesso a base de dados abertos, repositório de buscadores, Wikipédia, entre outros. No entanto, as gerações futuras das ferramentas de IA terão acesso a bases de dados de instituições, plataformas multidisciplinares como Web of Science, Scopus, entre outras, ou seja, um universo de informações científicas vislumbrado, mas ainda inexplorado. Isso impactará a forma como os trabalhos científicos serão publicados, pois o potencial de tais recursos é extraordinário. Recursos de IA podem auxiliar na produção de artigos científicos, em tarefas como: gerar resumos de artigos, traduzir textos científicos para diferentes idiomas, identificar e corrigir erros gramaticais, sugerir citações relevantes e formatar textos de acordo com as normas de diferentes revistas. De modo mais amplo IA está transformando a maneira como a pesquisa científica é comunicada, onde ela pode ser utilizada para automatizar tarefas repetitivas e criar visualizações de dados de modo interativo, ou ainda à agilização do processo de revisão por pares, melhoria da qualidade dos artigos submetidos e/ou publicados, dando maior acessibilidade à pesquisa científica a um público mais amplo.¹ A criação de elementos visuais (graphical abstracts) via aplicativos como: Dall-E, Midjourney, AutoGraph, BioRender, ou geração e confecção de gráficos a partir de dados usando plataformas como Mind the Graph, entre tantos outros elementos, já é uma realidade, sugerindo que as possibilidades são fenomenais. Porém, é importante também destacar que os algoritmos de IA podem reproduzir e amplificar os vieses presentes nos conjuntos de dados utilizados para treiná-los, o que pode resultar em conclusões algumas vezes distorcidas. As Editoras que se adaptarem a essa nova realidade de publicação de artigos científicos estarão mais bem posicionadas para contribuir para o avanço da ciência de forma ética e responsável, pois mais do que uma ameaça, temos que estar atentos às suas potencialidades. Nesse sentido, a Sociedade Americana de Química (American Chemical Society, ACS), uma das maiores sociedades, reconhecendo a ascensão da IA, estabeleceu diretrizes éticas para seu uso. A ACS destaca que as ferramentas de IA não qualificam para autoria, devendo seu uso ser claramente divulgado na seção de Agradecimentos do manuscrito, com detalhes sobre quando e como foram utilizadas.² Assim, é crucial que as editorias estejam atentas a essa nova realidade, com conhecimento sobre IA para identificar ameaças (reais e já em curso)³ e oportunidades. A educação no tema, associada a questões éticas, morais e legais, é fundamental, assim como o desenvolvimento de mecanismos de controle e avaliação. O debate por hora se inicia!

REFERÊNCIAS

1. The Impact of AI on Scientific Writing; https://publishingstate.com/impact-of-ai-on-scientific-writing/2023/, acessado em 14 de Março de 2024

2. Author Guidelines, https://publish.acs.org/publish/author_guidelines?coden=jacsat, acessado em 14 de Março de 2024

3. Tools Such As ChatGPT Threaten Transparent Science; Here Are Our Ground Rules For Their Use; https://www.nature.com/articles/d41586- 023-00191-1, acessado em Abril 2024