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Assuntos Gerais


Pictogramas do GHS e sua aplicação como ferramenta de comunicação de perigos para estudantes de graduação
GHS pictograms as hazard communication tool for undegraduate students

Leila K. Uema; Marcela G. Ribeiro*

Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, 05409-002 São Paulo - SP, Brasil

Recebido em 04/08/2016
Aceito em 06/12/2016
Publicado na web em 10/02/2017

Endereço para correspondência

*e-mail: marcela.ribeiro@fundacentro.gov.br

RESUMO

Regularly, teaching laboratories use chemicals hazardous to health. Students must be aware of such hazards, to safely perform didactic experiments. The Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals (GHS) is a hazard communication tool designed to harmonize the classification with a standardized labeling system worldwide. This work aimed at investigating whether undergraduate students correctly identify the hazards associated with a series of chemicals handled during practical laboratory classes. A questionnaire was administered to the students using the hazard classification established by the GHS as reference. They had to match each chemical with one or more pictograms and hazard classes. Statistical tests were performed to correlate the association between right answers and background items, such as having contact with chemicals during earlier classes, having contact with chemical labels at work or having received training courses in hazard communication. The overall assessment showed that students do not recognize GHS pictograms, especially those representing health hazards and thus, they were not aware of the hazards they were exposed to. Many are the reasons for that. At last, strategies to embed health and safety practices into formal education are needed to strengthen the prevention culture in such a learning environment.

Palavras-chave: hazard communication; GHS, pictograms; undergraduate students.

INTRODUÇAO

As ferramentas de comunicaçao exercem papel de fundamental importância no processo de reconhecimento e identificaçao de perigos decorrentes da exposiçao aos agentes químicos, uma vez que sao geralmente a fonte mais direta de informaçao.1-3 Nesse contexto, entende-se por ferramenta de comunicaçao um conjunto padronizado de símbolos, palavras e frases capazes de fornecer de maneira simples, clara e objetiva as informaçoes relativas aos perigos dos produtos químicos.

O Sistema Globalmente Harmonizado de Classificaçao e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) é uma abordagem que traz orientaçoes para a comunicaçao de perigos dos produtos químicos, entre outras.4 Em linhas gerais, o GHS conceitua os perigos físicos, à saúde e ao meio ambiente, e estabelece critérios uniformes para a classificaçao e a comunicaçao da informaçao sobre os mesmos por meio de palavras de advertência, frases de perigo, frases de precauçao e pictogramas padronizados, a serem utilizados mundialmente nos rótulos e nas fichas de informaçao de segurança de produtos químicos (FISPQs).

As palavras de sinalizaçao indicam o grau de severidade do perigo e alertam o usuário sobre os danos potenciais provenientes da exposiçao ao produto químico. A palavra perigo (em inglês, danger) indica maiores níveis de severidade e a palavra cuidado/atençao (em inglês, warning), níveis menores de severidade.

As frases de perigo descrevem a natureza do perigo como, por exemplo, "líquido e vapor altamente inflamável". Sao representadas por um código iniciado pela letra "H" (do inglês, hazard) e uma sequência numérica de três algarismos. As frases de precauçao, por sua vez, descrevem medidas a serem tomadas para minimizar ou prevenir efeitos adversos resultantes da exposiçao aos produtos perigosos oriundos da armazenagem ou da manipulaçao inadequada dos mesmos. Também sao representadas por um código, que neste caso inicia-se com a letra "P" (do inglês, precautionary) seguida por uma sequência numérica de três algarismos. Os códigos das frases de perigo e precauçao nao devem ser utilizados em substituiçao aos respectivos textos nos rótulos e nas FISPQs.

Já um pictograma do GHS refere-se a um conjunto de elementos gráficos, incluindo um símbolo, que representa a classe de perigo associada ao produto, e uma borda. Tais elementos sao padronizados em forma e cores. O pictograma deve ter forma quadrada, o símbolo deve ser preto, o fundo branco e a borda vermelha. O GHS estabelece nove pictogramas distintos associados às classes de perigos físicos, à saúde e ao meio ambiente.

O Purple Book é o manual oficial da Organizaçao das Naçoes Unidas (ONU) para o GHS. Foi publicado em 2003 e, desde entao, novas revisoes sao publicadas a cada dois anos.4

No Brasil, o primeiro marco importante em direçao à regulamentaçao da classificaçao e rotulagem de produtos químicos foi dado em 1996, com a ratificaçao da Convençao 170 da Organizaçao Internacional do Trabalho (OIT)5 e, dois anos mais tarde, com a subsequente promulgaçao do Decreto 2657, de 03 de Julho de 1998.6 Em 2009, a Associaçao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a primeira ediçao da norma NBR 14725: "Produtos químicos - Informaçoes sobre segurança, saúde e meio ambiente",7 com o objetivo de fornecer diretrizes para a implantaçao da Convençao 170 e das disposiçoes do GHS no país. Outra regulamentaçao importante foi estabelecida pelo entao Ministério do Trabalho e Emprego (atual Ministério do Trabalho) com a publicaçao, em 2011, da revisao da Norma Regulamentadora 26 (NR 26),8 que passou a incorporar as bases do GHS para classificaçao, rotulagem e ficha de informaçoes sobre segurança, como exigência para o trabalho com produtos químicos.

Considerando que a adoçao do GHS é obrigatoriedade legal no Brasil, sua implementaçao nos diversos ambientes onde produtos químicos sao manipulados, armazenados ou transportados, sejam eles indústrias, instituiçoes de ensino ou pesquisa, requer a familiaridade dos usuários com os elementos de comunicaçao de perigos preconizados pelo sistema. Dentre esses diversos usuários estao estudantes, professores e técnicos de laboratórios de ensino e pesquisa das universidades.

Apesar do exposto, diversos estudos evidenciam a falta de familiaridade desses usuários, especialmente de estudantes, com os elementos de comunicaçao de perigos e enfatizam a necessidade de se repensar a maneira como os aspectos relativos à segurança química em laboratório sao abordados nos cursos de graduaçao para que contribuam de forma assertiva para o reconhecimento e a identificaçao dos perigos.9-13

Algumas práticas têm sido sugeridas para aumentar a familiaridade dos estudantes com os elementos de comunicaçao de perigos dos produtos químicos como, por exemplo, o envolvimento direto dos estudantes nos procedimentos de rotulagem e armazenamento dos reagentes utilizados nas aulas de laboratório;10 a exposiçao dos pictogramas com os símbolos de perigo nos laboratórios didáticos;13 a viabilizaçao de vivências práticas em indústrias reais e a integraçao dos conteúdos, já que a segurança química depende de interaçoes complexas que nao conseguem ser devidamente compreendidas com a metodologia tradicional geralmente empregada nos cursos universitários, os quais sao bons em ensinar conhecimentos específicos e isolados, mas nao colocam aos estudantes desafios que permitam estabelecer conexoes entre esses conhecimentos para resolver problemas reais de segurança.14

No Brasil, existem poucos estudos relacionados à implementaçao do GHS nos ambientes de pesquisa e ensino;15,16 nenhum com o objetivo de investigar a familiaridade de estudantes com os elementos de comunicaçao de perigos previstos na legislaçao e dispostos nos rótulos e FISPQs.

Diante da importância da comunicaçao de perigos nos processos de prevençao de riscos e da falta de dados relativos ao alcance dos elementos de comunicaçao nos ambientes de ensino universitário, este trabalho pretendeu contribuir para um diagnóstico preliminar do reconhecimento de perigos dos produtos químicos por estudantes de graduaçao em Química, tendo como base os pictogramas do GHS. O trabalho pretendeu, ainda, suscitar novas discussoes sobre a importância da inserçao do tema 'segurança química' ao longo da formaçao universitária, assim como sobre as estratégias a serem utilizadas para a abordagem sobre o tema.

 

MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo, de natureza exploratória, com abordagem predominantemente quantitativa e de corte transversal, foi realizado com estudantes de graduaçao em química de uma universidade do estado de Sao Paulo. Para o propósito deste estudo de caso, aplicou-se um questionário a 248 estudantes que, na ocasiao da pesquisa, cursavam quatro semestres distintos e nao consecutivos (2º, 4º, 6º e 8º), do referido curso de graduaçao.

O questionário foi aplicado no próprio ambiente acadêmico, em sala de aula ou laboratório didático, antes do início das atividades didáticas. As substâncias que compuseram o questionário (Tabela 1) foram selecionadas a partir da análise dos protocolos de aulas experimentais.

 

 

Os estudantes receberam a 'Parte 1' do questionário, que apresentava uma lista de 20 substâncias químicas (Tabela 1), cada uma das quais os estudantes deveriam marcar como previamente manipuladas ou nao por eles nas aulas da graduaçao. Havia ainda uma tabela a ser preenchida, relacionando cada substância com a(s) respectiva(s) classe(s) de perigo descrita(s) e codificada(s) na Tabela 2. Finalizada esta etapa, os estudantes foram orientados a guardar a 'Parte 1' dentro de um envelope e só entao receberam a 'Parte 2' que continha outra tabela para que associassem cada substância ao(s) respectivo(s) pictograma(s), conforme codificaçao apresentada na Tabela 2. Ambas as associaçoes deveriam ser realizadas considerando as substâncias na forma como sao encontradas no seu frasco original, antes de serem diluídas, dissolvidas ou misturadas.

 

 

Os estudantes foram alertados para o fato de uma mesma substância poder estar associada a mais de uma classe de perigo e a mais de um pictograma. Foram também orientados a preencher a linha correspondente ao produto com a sigla NC (nao conheço) em duas situaçoes distintas: (i) conhecer o perigo associado ao produto químico, mas nao conhecer o pictograma que o representa; e (ii) nao conhecer o perigo associado a algum produto listado e nao poder associá-lo a nenhuma das classes de perigos da Tabela correspondente (Tabela 2). Nao houve tempo para discussao ou consulta prévia a nenhuma fonte de informaçao adicional.

A divisao em duas partes distintas teve o objetivo de garantir que a associaçao do pictograma à substância química nao seria influenciada pela descriçao das classes de perigo presente na parte anterior, uma vez que se pretendia verificar o reconhecimento do pictograma sem nenhum recurso textual explicativo.

Os pictogramas do GHS associados às suas respectivas classes de perigo, bem como os códigos utilizados para fins de preenchimento do questionário, encontram-se descritos na Tabela 2. Cabe ressaltar que, no questionário, as classes de perigo e os pictogramas foram apresentados em tabelas distintas e em momentos distintos, conforme descrito acima. As associaçoes entre cada substância e seu(s) respectivos(s) pictograma(s)/classe(s) de perigo, conforme classificaçao à época da realizaçao desse estudo, encontram-se descritas na Tabela 1S (Material suplementar).

Os resultados obtidos com o questionário foram analisados para fornecer a frequência relativa de associaçao, pelos estudantes, das classes e pictogramas de perigo a cada substância química da lista apresentada. Analisou-se também a frequência relativa de acertos pelos estudantes das classes e pictogramas associados a cada substância. E por fim, investigou-se a existência de associaçao estatisticamente significativa entre a frequência relativa de acertos dos pictogramas e: (i) o fato do estudante já ter manipulado a substância no curso; (ii) o fato do estudante já ter trabalhado com produtos químicos fora da graduaçao; e (iii) o tempo de graduaçao (o semestre em curso).

Para a análise da frequência de associaçao (independente de estar correta ou incorreta), os dados foram tabulados atribuindo-se o valor "1" (um) para as classes de perigo e pictogramas que os estudantes associaram a cada substância química da lista e o valor "0" (zero) para as classes de perigo e pictogramas que os estudantes nao associaram às respectivas substâncias.

Para determinar a frequência de respostas corretas, os dados foram tabulados atribuindo-se o valor "1" (um) para as classes de perigo e pictogramas que os estudantes acertaram nas respostas para cada substância química da lista e o valor "0" (zero) para as classes de perigo e pictogramas que os estudantes erraram nas respostas.

Para verificaçao de existência de associaçao estatisticamente significativa entre a frequência relativa de acertos dos pictogramas e os fatores (i), (ii) e (iii) mencionados anteriormente considerou-se que as variáveis assim configuradas sao qualitativas e o teste nao paramétrico do χ2 de Pearson é indicado para verificaçao de dependência entre duas ou mais amostras com variáveis deste tipo.17

Na análise dos resultados do teste χ2 estabeleceu-se o nível confiança α ≤ 0,05. Assim, para a verificaçao de associaçao com as variáveis (i) e (ii), utilizou-se o software Epi InfoTM 7, com uma tabela de entrada de dados 2 x 2, definindo o grau de liberdade = 1 e χ2 crítico (χ2c) = 3,841. Para a verificaçao de associaçao com a variável (iii), utilizou-se o software OpenEpi, com uma tabela de entrada de dados 4 x 2 definindo o grau de liberdade = 3, obtendo-se χ2c = 7,815. Em todos os casos, considerou-se associaçao estatisticamente significativa quando α ≤ 0,05 e χ2 > χ2c.

Os dados para classificaçao e rotulagem disponibilizados pela Agência Europeia de Produtos Químicos (em inglês, European Chemicals Agency - ECHA)18 foram utilizados como referência nesse trabalho. A ECHA alimenta e divulga a base de dados oficial da Comunidade Europeia,19 que identifica as classes e pictogramas de perigos preconizado pelo GHS para uma lista de produtos registrados e reconhecidos como perigosos. Trata-se da base mais completa e confiável para consulta. O acesso é gratuito e os dados atualizados encontram-se disponíveis para download na forma de infocards.20 Para acessar os infocards deve-se acessar o site da ECHA e clicar na aba "Information on chemicals". Nessa página, preencher o campo em branco da ferramenta de busca "Search for chemicals", com o nome da substância em inglês. Na lista fornecida, ao clicar no nome da substância abre-se o infocard e obtém-se a informaçao em "Hazard classification and labelling". É importante ressaltar que muitas substâncias químicas sao comercializadas na forma de soluçoes aquosas diluídas ou misturas e a classificaçao de uma mesma substância pode variar em funçao de sua concentraçao final, seja na mistura ou decorrente da diluiçao em água. Na página da ECHA na internet é possível consultar os cortes de concentraçao para a classificaçao das substâncias químicas quando presentes em misturas ou diluídas em água.7,21 Cabe ressaltar ainda que o sistema de classificaçao é dinâmico e as classificaçoes podem sofrer alteraçoes em funçao de revisoes periódicas. Em caso de dúvidas, a sugestao é sempre buscar a resposta na fonte mais atualizada.7,21

 

RESULTADOS E DISCUSSAO

A maioria dos estudantes tinha, na ocasiao da pesquisa, entre 18 e 23 anos (74%) e cursava o 2º semestre do curso de Química (36%). A proporçao de estudantes que respondeu já ter trabalhado com produtos químicos fora da graduaçao foi de 49,2% e a que respondeu que nao, 50,8%.

A Tabela 3 mostra que, embora a maioria dos estudantes considere o rótulo dos produtos químicos uma importante fonte de informaçao de perigos (81,1%), a maior parte também respondeu que nao utiliza o rótulo para este fim (66,3%), principalmente porque usa outra fonte de informaçao (56,1%) ou porque nao tem acesso ao rótulo dos produtos químicos (33,7%).

 

 

Em geral, a frequência relativa de acertos pelos estudantes foi maior para as classes de perigo do que para os pictogramas (Figura 1).

 


Figura 1. Frequência relativa de respostas corretas: Classes de perigo x pictogramas

 

Esses resultados sugerem que os estudantes algumas vezes até reconhecem as classes de perigo relacionadas aos produtos químicos, mas nao conhecem os pictogramas que representam essas classes. A dificuldade em interpretar corretamente os pictogramas de perigo já foi relatada em pesquisas anteriores com estudantes10,11,13 e com trabalhadores e consumidores em geral.22-24

A frequência relativa de respostas corretas para os pictogramas que representam perigos físicos (inflamável: P1; corrosivo: P5; oxidante: P6 - Tabela 2) foi maior do que para os pictogramas que representam perigos à saúde (tóxico agudo severo: P2; tóxico agudo prejudicial: P4; tóxico crônico: P7 - Tabela 2), como mostra a Figura 2.

 


Figura 2. Frequência relativa de respostas corretas: Pictogramas de perigos físicos x Pictogramas de perigos à saúde

 

Os pictogramas P4 e P7 (Tabela 2), que representam perigos à saúde sao símbolos introduzidos pelo GHS, e sao menos familiares aos estudantes quando comparados aos pictogramas que representam produtos inflamáveis, corrosivos ou oxidantes, cujos símbolos sao semelhantes aos utilizados em outros sistemas de classificaçao de perigos como, por exemplo, o de transporte de produtos perigosos. Além disso, um mesmo pictograma do GHS abrange diferentes tipos de danos à saúde, o que pode contribuir para a dificuldade de interpretaçao desses pictogramas. Boelhouwer et al.,23 em estudo que avaliou a importância da inclusao dos pictogramas do GHS nos rótulos e fichas de segurança para a compreensao dos perigos de produtos químicos, sugerem que o baixo índice de reconhecimento do pictograma que representa os perigos crônicos à saúde do GHS (P7, Tabela 2) pode estar relacionado à polissemia do símbolo empregado para identificar diversos danos: sensibilizante respiratório, mutagênico, carcinogênico, tóxico ao sistema reprodutivo, tóxico à órgaos específicos e perigosos por aspiraçao.23 O anexo 6 do GHS fornece orientaçoes para a aplicaçao de testes de compreensibilidade dos elementos de comunicaçao de perigos que utiliza, dentre eles os pictogramas de perigo.25 Esses testes sao particularmente importantes para os pictogramas que foram introduzidos por esse sistema.

Observou-se também que os estudantes confundiram os pictogramas que representam os perigos de produtos inflamáveis (P1, Tabela 2) e oxidantes (P6, Tabela 2). O gráfico da Figura 3 mostra os pictogramas que os estudantes associaram ao peróxido de hidrogênio, destacando os pictogramas que realmente indicam os perigos desta substância.

 


Figura 3. Pictogramas associados ao peróxido de hidrogênio pelos estudantes (em cinza claro estao representadas as barras correspondentes aos pictogramas do peróxido de hidrogênio)

 

Embora o peróxido de hidrogênio nao seja um produto inflamável e nem oxidante, muitos estudantes associaram os pictogramas P1 e P6 (Tabela 2) a esta substância. Uma possível explicaçao para a classificaçao desta substância como oxidante pelos estudantes é que eles levaram em consideraçao as propriedades químicas do peróxido de hidrogênio e nao o perigo íntrinseco da substância comercial, a partir da qual sao preparadas as diluiçoes a serem utilizadas nas aulas, cuja concentraçao é de 30%. A classificaçao como oxidante deve ser atribuída apenas às soluçoes desta substância superiores a 50%. Este é um ponto de atençao que se deve considerar no uso dos elementos de comunicaçao do GHS: a classificaçao do perigo de uma mesma substância química pode diferir em funçao da sua concentraçao em uma soluçao ou mistura. Por isso, ressalta-se a importância de consultar na página da ECHA os cortes de concentraçao para a classificaçao das substâncias químicas quando em soluçao aquosa ou misturas.21 Em relaçao à classificaçao do peróxido de hidrogênio como inflamável pelos estudantes, pode-se inferir que a semelhança entre os símbolos que representam produtos oxidantes (chama sobre círculo - P6) e inflamáveis (chama - P1), pode ter causado confusao entre os dois símbolos. Resultados semelhantes foram relatados anteriormente em estudo realizado no Japao, onde ambos os símbolos foram interpretados como se referindo aos produtos inflamáveis, evidenciando que os participantes daquele estudo nao relacionaram o símbolo da chama sobre círculo à propriedade oxidante.22

O gráfico da Figura 4 mostra a frequência relativa das indicaçoes pelos estudantes das substâncias como já manipuladas no curso de graduaçao e o gráfico da Figura 5 apresenta a frequência relativa de respostas corretas dadas pelos estudantes para classes e pictogramas de perigo simultaneamente (Fr1), apenas para classes de perigo (Fr2), apenas para pictogramas (Fr3).

 


Figura 4. Frequência relativa de indicaçao pelos estudantes das substâncias como já manipuladas no curso

 

 


Figura 5. Frequência relativa de respostas corretas

 

A análise dos dados apresentados nas Figuras 4 e 5 permite que se chegue a alguns resultados importantes para a discussao da influência da manipulaçao das substâncias em aula no adequado reconhecimento dos perigos relativos às mesmas.

O ácido clorídrico, por exemplo, foi uma substância que 100% dos estudantes indicaram como já manipulada no curso (Figura 4). A Figura 5 mostra que 75% dos estudantes associaram corretamente a classe (CP5, Tabela 2) e o pictograma (P5, Tabela 2) relativo ao perigo da corrosao. Entretanto, somente 5,6% dos estudantes associaram corretamente a classe (CP9, Tabela 2) e o pictograma (P4, Tabela 2), que representam os perigos à saúde para esta substância, o que mostra que a maior parte dos estudantes nao reconhece os perigos à saúde ocasionados pela exposiçao ao ácido clorídrico.

O dicromato de potássio está entre as sete substâncias apontadas pelos estudantes com maior frequência como já manipulada no curso (88%). O gráfico da Figura 6 mostra os pictogramas que os estudantes associaram ao dicromato de potássio, destacando aqueles realmente relacionados a essa substância. Percebe-se que a frequência de respostas corretas de associaçao desta substância com os respectivos pictogramas de perigo foi muito baixa. Muitos estudantes responderam nao conhecer os pictogramas que deveriam associar a essa substância e alguns ainda classificaram a substância como nao perigosa, o que é ainda mais preocupante, pois se trata de uma substância com potencial de causar danos severos à saúde humana, que a maior parte dos estudantes já manipulou no curso sem, aparentemente, ter se dado conta dos perigos intrínsecos do produto.

 


Figura 6. Pictogramas associados ao dicromato de potássio pelos estudantes (em cinza claro estao representadas as barras correspondentes aos pictogramas do dicromato de potássio)

 

A manipulaçao da substância química em aulas prévias no curso nao favoreceu o reconhecimento dos pictogramas de perigo da maior parte das substâncias químicas presentes no questionário. A Tabela 4 mostra os resultados do teste χ2 para as situaçoes (dentre as 43 ao todo) que apresentaram associaçao estatisticamente significativa entre a frequência relativa de respostas corretas dadas pelos estudantes aos pictogramas e o fato de já terem manipulado a substância em aulas anteriores no curso de graduaçao.

 

 

Apenas 10 das 43 situaçoes mostraram associaçao estatisticamente significativa entre a frequência relativa de acertos e a manipulaçao prévia da substância. Portanto, para a maioria das situaçoes a manipulaçao da substância no curso nao favoreceu o devido reconhecimento dos pictogramas de perigo. É interessante notar que a associaçao estatisticamente significativa se deu exatamente para as substâncias indicadas pelos estudantes com menor frequência como já manipuladas no curso (Figura 5). Daí pode-se inferir que, para algumas substâncias que foram indicadas como já manipuladas por poucos estudantes, talvez por serem peculiares a um dado momento do curso e nao serem utilizadas cotidianamente, a manipulaçao nas aulas foi importante para o correto reconhecimento. É o caso, por exemplo, da atrazina, substância manipulada pelos estudantes somente na disciplina de Química Ambiental, cursada no 8º semestre.

Algumas práticas observadas durante a realizaçao deste estudo podem explicar tais resultados. Uma delas é a forma pela qual os estudantes sao orientados a se preparar para as aulas experimentais. Ao consultar os protocolos de aulas experimentais, observou-se que estes, na maioria das vezes, focam apenas o conteúdo das teorias químicas necessárias para a compreensao das práticas, sem qualquer mençao significativa às propriedades de perigo relacionadas às substâncias que serao manipuladas nos experimentos. Além disso, as fontes de consulta utilizadas pelos estudantes para a obtençao das informaçoes de perigo nao sao as mais adequadas para essa finalidade. Bases de dados como a European Chemicals Agency (ECHA)20 ou a ICSC,26 mantida Organizaçao Internacional do Trabalho (OIT), nao sao consideradas. Outra possível razao é a forma como os produtos químicos sao apresentados aos estudantes nas aulas práticas. Durante a fase de coleta de dados dessa pesquisa, quando a aplicaçao dos questionários se deu nos laboratórios didáticos, foi possível observar que a maioria dos produtos químicos é entregue aos estudantes já fracionados sem que sejam preservadas nos rótulos dos frascos secundários as informaçoes dos rótulos originais dos produtos (Figuras 7 A e B). Os frascos originais do produtos sao mantidos armazenados em salas anexas aos laboratórios didáticos (Figura 7 C) e sao geralmente manipulados apenas pelos técnicos que fazem as preparaçoes dos reagentes para utilizaçao pelos estudantes nas aulas.

 


Figura 7. Frascos secundários disponibilizados nas aulas (A)e (B); e armazenamento dos frascos originais (C)

 

O problema em questao nao é o fracionamento, que é coerente com a manipulaçao de pequenas quantidades do produto, mas sim a falta de informaçoes de segurança nos rótulos dispostos nos frascos de fracionamento. Uma vez que os estudantes terao contato somente com esses rótulos, nao terao os mesmos como fonte de informaçao de perigos. Essa observaçao corrobora as respostas dos estudantes ao indicarem como uma das razoes de nao utilizarem os rótulos como fonte de informaçoes de perigo, o fato de nao terem acesso aos mesmos (Tabela 3).

Razoes semelhantes às discutidas anteriormente podem explicar também o resultado de nao ter-se verificado associaçao estatisticamente significativa entre a frequência de acertos dos pictogramas pelos estudantes e o tempo de curso (semestre da graduaçao) para a maioria das substâncias do questionário.

Somente 16 das 43 situaçoes analisadas mostraram associaçao estatisticamente significativa entre a frequência de acertos dos pictogramas e o semestre em curso (Tabela 5) e destas apenas 6 mostraram o aumento da frequência de acertos com o aumento do tempo de curso na graduaçao (Tabela 6).

 

 

 

 

Esperava-se, inicialmente, que a frequência de acertos pelos estudantes dos últimos semestres fosse maior do que pelos estudantes dos primeiros, uma vez que a carga horária de práticas em laboratórios e o contato com produtos químicos se acumulam ao longo dos anos. Entretanto, nao foi o que se observou para a maioria das substâncias apresentadas.

O fato de o estudante ter trabalhado com produtos químicos fora da graduaçao contribuiu mais que o tempo de curso para a frequência de acertos dos pictogramas pelos estudantes, embora essa contribuiçao ainda tenha sido observada para a minoria das situaçoes apresentadas. A Tabela 7 mostra que 17 das 43 situaçoes analisadas evidenciaram associaçao estatisticamente significativa entre a frequência de acertos dos pictogramas e o fato do estudante já ter trabalhado com produtos químicos fora do curso.

 

 

A manipulaçao de produtos químicos nos ambientes de trabalho é regulamentada por leis trabalhistas, previdenciárias e ambientais e o ambiente laboral está sujeito a controles governamentais e mercadológicos, o que nao é tao evidente nos ambientes acadêmicos. Por isso, o fato de trabalhar com produtos químicos fora do curso de graduaçao deve aumentar o acesso às informaçoes de perigo pelos estudantes, inclusive aos rótulos dos produtos, contribuindo para o maior reconhecimento dos pictogramas de perigo. Hara et al.22 analisaram a influência da ocupaçao profissional com produtos químicos no nível de reconhecimento das informaçoes dos rótulos estabelecidos conforme o GHS e verificaram que os participantes que exerciam atividade laboral relacionada com produtos químicos obtiveram melhor resultado quanto ao acerto dos símbolos dos pictogramas de perigo do que aqueles com outra ocupaçao profissional.

Vários países possuem dispositivos legais e normativos que têm o objetivo de proteger trabalhadores nos ambientes de trabalho: a Lei de Uniao Europeia (Comissao das Comunidades Europeias, 1992),27 a Lei dos Estados Unidos (US Code, 1970),28 a Lei Australiana (Instituto de Informaçao Legal Australasian, 1984),29 a Lei das Naçoes Unidas (Organizaçao Internacional do Trabalho organizaçao, 1981)30 entre outros. Entretanto, esses dispositivos normalmente nao consideram estudantes e nem contemplam os ambientes acadêmicos.10 Karapantsios et al.10 discutem a necessidade da criaçao de leis tao ou mais rígidas como as voltadas aos trabalhadores para proteger os estudantes, nao só porque este é um dever ético e legal das universidades, mas também porque os estudantes normalmente têm menos treinamento do que os trabalhadores para lidar com os fatores de risco.

O número de acidentes envolvendo estudantes em instituiçoes acadêmicas é elevado, entretanto, isso nem sempre é percebido, pois normalmente os impactos e prejuízos decorrentes destes acidentes sao confinados às próprias instituiçoes onde os eventos aconteceram.31

Em 2011 a agência americana CBS (Chemical Safety Board), que investiga acidentes envolvendo produtos químicos, publicou em seu site um vídeo intitulado "Experimenting with dangers", produzido para relatar e discutir acidentes ocorridos em laboratórios de instituiçoes acadêmicas. O vídeo apresenta os resultados das investigaçoes dos acidentes realizadas pelo CBS, com a finalidade de ressaltar a necessidade de as universidades adotarem medidas que criem condiçoes mais seguras para o trabalho nos laboratórios acadêmicos.32

O Brasil também possui dispositivos legais e normativos para a proteçao dos trabalhadores, mas assim como outros países, carece de regulamentaçao semelhante para a proteçao dos estudantes nos ambientes acadêmicos. Por isso, devem ser tomadas açoes no âmbito da própria instituiçao de ensino e pesquisa para aumentar a conscientizaçao dos estudantes em relaçao aos perigos potenciais dos laboratórios acadêmicos e da manipulaçao de produtos químicos.

Nesse sentido, criar estratégias de ensino que aumentem a familiaridade dos estudantes com os elementos de comunicaçao de perigos do sistema de classificaçao e rotulagem de produtos químicos vigente no país é fundamental para a segurança dos estudantes.

 

CONCLUSOES E RECOMENDAÇOES

Os resultados desta pesquisa, realizada com estudantes de graduaçao em química de uma universidade do estado de Sao Paulo, indicam que os pictogramas utilizados nos rótulos dos produtos químicos nao sao eficazes como fonte de informaçao de perigos para estudantes que manipulam substâncias químicas em aulas de laboratório, principalmente porque a maioria dos estudantes nao utiliza os rótulos dos produtos químicos para essa finalidade, e quando utilizam, nao identificam corretamente os perigos representados pelos respectivos símbolos, pois a maioria dos estudantes desconhece o significado dos pictogramas, que por sua vez, nao sao autoexplicativos.

O tempo de curso na universidade nao tem contribuído para que os estudantes evoluam na conscientizaçao e no reconhecimento dos perigos, pois as práticas de ensino, da forma como sao realizadas hoje, nao favorecem a identificaçao dos perigos pelo contato contínuo e familiarizaçao com esses elementos de comunicaçao, bem como a consequente avaliaçao de riscos pelos estudantes. Essas habilidades serao aprendidas somente mais tarde no exercício da profissao, quando deveriam ter feito parte do aprendizado no curso de graduaçao.

Nao é particularidade do curso nem da universidade que foi objeto desta pesquisa o fato de que os assuntos de segurança sao tratados num plano secundário em relaçao às teorias químicas que se pretende ensinar. Contudo, para o desenvolvimento completo das competências do profissional que se está formando, temas relativos à saúde e segurança deveriam estar no mesmo patamar de preocupaçao que o aprendizado das teorias químicas.

Mais do que criar uma nova disciplina em currículos já carregados de conteúdos, o desafio está em pensar numa estratégia para integrar a segurança química nas atividades pedagógicas já praticadas no curso.33 Os estudantes precisam ser expostos à práticas ativas de aprendizagem que permitam que adquiram a expertise de trabalhar com produtos químicos com segurança ao mesmo tempo em que reflexoes mais profundas lhes sejam requisitadas para que se conscientizem da sua responsabilidade na preservaçao de sua saúde e segurança, assim como daqueles que estao ligados às suas atividades acadêmicas.

Envolver os estudantes nos processos de rotulagem de frascos secundários de acordo com o preconizado pelo GHS4 e ABNT;7 orientá-los a utilizar fontes adequadas de informaçao de perigos de produtos químicos para a elaboraçao destes rótulos, conforme preconizado pelo GHS; solicitar que planejem os roteiros experimentais considerando as boas práticas de segurança desde a escolha dos reagentes, pensando na utilizaçao e também no descarte adequado dos resíduos gerados; estimular a troca de informaçoes sobre os perigos dos produtos químicos entre os estudantes dos diversos semestres, sao alguns exemplos de açoes que podem contribuir nesse sentido. Sistemas simplificados de rotulagem como o proposto pela Associaçao das Cooperativas Profissionais e das Seguradoras contra Acidentes de Trabalho da Alemanha (em alemao, Deutsche Gesetzliche Unfallversicherung, DGUV)34 podem ser um bom início do ponto de vista didático, mas como descrito por Wallau16 nao dispensam a aplicaçao das exigências do GHS.

A gestao dos produtos químicos considerando as diretrizes do GHS é uma obrigatoriedade legal no Brasil7,8 e deve ser disseminada para os ambientes de trabalho, incluindo os de pesquisa e de ensino e para todos aqueles que compartilham destes ambientes. A preocupaçao nao é só com o exercício da futura profissao do químico, mas também com a criaçao da cultura de prevençao nos ambientes acadêmicos que, em sua maioria, carecem de estratégias e ferramentas que permitam a realizaçao do ensino e da pesquisa de forma segura para todos os envolvidos no processo.

 

MATERIAL SUPLEMENTAR

Está disponível em http://quimicanova.sbq.org.br, em arquivo pdf, com acesso livre, o seguinte material: Tabela 1S, na qual podem ser consultadas as associaçoes entre cada substância e seu(s) respectivos(s) pictograma(s)/classe(s) de perigo, conforme classificaçao à época da realizaçao desse estudo.

 

REFERENCIAS

1. Occupational Safety and Health Administration - US Department of Labor; Hazard Communication: Hazard Classification Guidance for Manufactures, Importers, and Employers, https://www.osha.gov/Publications/OSHA3844.pdf, acessada em janeiro de 2017.

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