JBCS



14:05, ter dez 3

Acesso Aberto/TP




Artigo


Avaliação espacial e sazonal das concentrações de partículas totais em suspensão e elementos metálicos associados no ar de uma cidade do sudeste brasileiro
Spatial and seasonal evaluation of concentrations of total suspended particles and associated metallic elements in the air of a southeastern brazilian city

Gabriel P. MachadoI; Renato I. S. AlvesI; Ana Paula M. S. SenhukII; Brisa M. FregonesiI; Guilherme S. ZaguiI; Martí NadalIII; Jordi SierraIII; Josep L. DomingoIII; Susana I. Segura-MuñozI,*

I. Departamento Materno-Infantil e Saúde Pública, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 14040-902 Ribeirão Preto - SP, Brasil
II. Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, 38064-200 Uberaba - MG, Brasil
III. Departamento de Medicina e Ciências da Saúde, Escola de Medicina e Ciências da Saúde, Universidad Rovira i Virgili, 43003 Reus - Tarragona, Espanha

Recebido em: 21/05/2018
Aceito em: 20/09/2018
Publicado em: 17/10/2018

Endereço para correspondência

*e-mail: susis@eerp.usp.br

RESUMO

The present study evaluated the concentrations of Total Suspended Particles (TSP) and associated metals in three distinct regions of Ribeirao Preto city (Center City, Campus and Airport) in the dry and rainy seasons. There were no significant differences (p < 0.05) in TSP and metals concentrations between the sampling sites, except for Cu, Cr and Zn. Seasonal variation was observed for TSP and the following associated metals: As, Be, Cu, Mn, Ni, Pb, Sn and V, being the highest concentrations observed in the dry period. The TSP concentrations did not exceed the air quality standards in Sao Paulo state, but these can cause harm to the population health, especially in the dry season. Cadmium was the only element that exceeded the WHO air quality guidelines in two consecutive samplings in the Center City and the Airport during the dry season. In this way, preventive measures should be taken through public policies to improve local air quality control and reduce the health risks to the population.

Palavras-chave: TSP; metals; air quality; standards.

INTRODUÇAO

A poluiçao do ar causa cerca de 4,2 milhoes de mortes prematuras por ano no mundo, associadas a doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas e agudas, principalmente em países em desenvolvimento.1 Dentre os poluentes atmosféricos se encontra o material particulado, que sao a uniao e a mistura de compostos líquidos e sólidos dispersos na atmosfera, como um aerossol.2 Esta classe de poluentes é classificada de acordo com seu diâmetro aerodinâmico, que quanto menor, maior o seu poder de penetraçao no trato respiratório e os efeitos provocados. As partículas totais em suspensao (PTS) apresentam diâmetro igual ou inferior a 100 µm; dentre esses se encontram as partículas inaláveis grossas (MP10) com diâmetro entre 2,5 µm e 10 µm, e as partículas inaláveis finas (MP2,5) com diâmetro igual ou inferior a 2,5 µm.3,4 As partículas com diâmetro acima de 10 µm tendem a se acumular nas vias respiratórias superiores, onde existem mecanismos de defesa que as expulsam, cuja capacidade varia conforme o estado de saúde dos indivíduos.5,6 O MP10 é capaz de atingir a árvore traqueobrônquica, enquanto o MP2,5 pode alcançar os bronquíolos e os alvéolos pulmonares, e desse modo, apresentam um potencial maior de causar danos ao aparelho respiratório.6,7 Estudos mostram que o material particulado está associado ao surgimento de doenças como a asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer pulmonar, problemas cardiovasculares e causa de morte.8-11

Na atmosfera, o material particulado se encontra sob forma de poeira, fumaça, fumo, cinzas, névoa ou até mesmo graos de pólen, esporos e algumas bactérias e vírus.12 Suas principais fontes sao a queima de combustíveis fósseis e biomassa, emissoes industriais, suspensao de partículas do solo e dos oceanos por meio dos ventos, incineraçao de resíduos e desgaste de pneus e freios.13,14 Por representarem locais que concentram grande parte dessas fontes, a poluiçao do ar por PTS atinge de modo significativo as áreas urbanas ao redor do mundo.14,15

O crescimento da frota de veículos automotores nas cidades brasileiras vem contribuindo com a degradaçao do ar por meio do material particulado.16 Além das emissoes causadas pelo tráfego automobilístico, é importante considerar também o tráfego aéreo local e sua contribuiçao para o aumento da concentraçao de partículas no ar, especialmente em aeroportos movimentados ou em expansao e localizados em regioes densamente povoadas.17 Emissoes de material particulado por aeronaves influenciam diretamente o ar local, aos arredores dos aeroportos.18

A poluiçao atmosférica está diretamente relacionada com as condiçoes ambientais. A precipitaçao remove de forma eficiente o PTS do ar ao incorporar partículas na água da chuva.19 A direçao e a velocidade dos ventos contribuem com o transporte e a dispersao dos poluentes atmosféricos.20

Estudos recentes mostram que as partículas atmosféricas podem ser enriquecidas com elementos metálicos,21,22 que apresentam elevada toxicidade, capacidade de bioacumulaçao, perenidade no meio ambiente e capacidade de serem transportados por grandes distâncias.23-25 Metais e metalóides adsorvidos por essas partículas podem se acumular em seres humanos mediante a inalaçao, ingestao ou contato dérmico e causar efeitos adversos para a saúde de curto e longo prazo, especialmente para as crianças, ao interagir com diversas metaloproteínas do organismo e alterar o mecanismo de reparo do DNA.26-29 Dessa maneira, a exposiçao ambiental a elementos metálicos presentes na atmosfera torna-se um fator de risco para uma série de doenças carcinogênicas e outros efeitos adversos,que ocorrem principalmente nos sistemas respiratório, circulatório, nervoso central, renal, hepático, hematopoiético e esquelético.30-35

Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi realizar uma avaliaçao espacial e sazonal das concentraçoes de PTS e elementos metálicos associados, em um município de médio porte, localizado no Sudeste Brasileiro.

 

PARTE EXPERIMENTAL

Local de estudo

O estudo foi realizado em Ribeirao Preto, município localizado no nordeste do estado de Sao Paulo, no Sudeste do Brasil. De acordo com a classificaçao de Koppen-Geiger, o clima do município é tropical com verao chuvoso e inverno seco (Aw).36 O município possui 682.302 habitantes e uma área de 650 km2.37 A frota da cidade é de 504.217 veículos, aproximadamente 0,73 por habitante.38 A regiao se caracteriza por alta produtividade agrícola e tem a cana-de-açúcar como principal cultivo.37

As coletas de material particulado foram realizadas em três regioes distintas, classificadas de acordo com sua posiçao dentro da malha urbana de Ribeirao Preto. O primeiro ponto (Centro) se encontra na área central da cidade, regiao que apresenta alto fluxo de veículos durante o dia, além de ser um importante centro comercial e possuir pequenas indústrias. Os demais pontos se encontram em regioes periféricas da cidade, sendo o segundo ponto localizado no campus da Universidade de Sao Paulo (Campus), a 5 km da área central, com fluxo de veículos menor e com uma extensa área verde. O terceiro ponto está localizado no aeroporto de Ribeirao Preto (Aeroporto), a 5 km do centro, que opera em período integral.Este ponto também possui algumas indústrias ao redor. A Figura 1 ilustra a posiçao geográfica do local de estudo e dos pontos de coleta.

 


Figura 1. Localizaçao geográfica de Ribeirao Preto e dos pontos de coleta

 

Amostragem

Foram realizadas amostragens de 24 horas, uma vez por mês em cada um dos pontos, em dias consecutivos. Os meses de coleta foram de julho a setembro de 2016 (estaçao seca) e janeiro a março de 2017 (estaçao chuvosa), totalizando 18 coletas. A precipitaçao diária e trimestral registrada nos períodos de coleta, foram obtidas por meio da plataforma World Weather Online e está apresentada na Tabela 1.39 A direçao e a velocidade dos ventos foram obtidas por meio da plataforma Weather Underground e também estao apresentados na Tabela 1 e na Figura 2, em formato de rosa-dos-ventos que mostram as frequências desses parâmetros registradas durante os dias de coleta, nas estaçoes seca e chuvosa, respectivamente.40 As figuras foram construídas a partir do software WRPLOT View 8.0.2.41

 


Figura 2. Direçao e velocidade dos ventos para os períodos de coleta na estaçao seca e chuvosa, respectivamente.

 

 

 

As coletas foram realizadas utilizando filtros de fibra de vidro (Whatman EPM2000), por meio de um amostrador de grande volume (Hi-Vol) (HVS3000 - Ecotech).42 No Laboratório de Ecotoxicologia e Parasitologia Ambiental da Universidade de Sao Paulo, os filtros foram previamente acondicionados em um dessecador para filtros de amostragem de partículas (Energética Ind. e Com. Ltda., Brasil) com sílica gel, por 24 horas antes das coletas, a uma temperatura de 15 ºC a 30 ºC e umidade relativa controlada menor que 50%, com uma variaçao menor que 5%, mensuradas por um termo-higrômetro (Instrutemp TH-5108, Brasil) acoplado ao equipamento. A massa dos filtros foi devidamente pesada antes e após as coletas.

A amostragem se iniciava no ponto 1 (Centro) às 10 horas (UTC -03), com o Hi-Vol operando a uma vazao mínima de 1,1 m3 min-1 e máxima de 1,7 m3 min-1, continuamente por 24 horas.42 Nos dias subsequentes as coletas eram realizadas nos pontos 2 e 3 (Campus e Aeroporto) nas mesmas condiçoes.

As concentraçoes de PTS, expressas em µg m-3, foram calculadas a partir da relaçao entre a diferença das massas dos filtros após e antes das coletas, pelo volume de ar amostrado.

Tratamento dos filtros, dosagem de metais e controle de qualidade

Logo após as amostragens, os filtros foram dobrados ao meio e acondicionados separadamente entre duas folhas de papel sulfite (A4), dentro de envelopes impermeáveis. Após o término das campanhas mensais de coleta, estes foram enviados ao Laboratorio deToxicología y Salud Medioambiental da Universidad Rovira i Virgili, em Reus, Tarragona, Espanha, para a quantificaçao dos elementos metálicos. As amostras foram tratadas por meio da digestao da oitava parte de cada filtro de vidro (superfície de 50,3 cm2) em 2 mL HNO3 (65% Suprapur, E. Merck, Darmstadt, Alemanha) e 3 mL HF (37,5%, Panreac SA, Castellar del Vallès, Barcelona, Espanha), em bombas de teflon durante 8 horas a temperatura ambiente e 8 horas a 80 ºC. Subsequentemente, o extrato foi evaporado em um banho de areia a 55 ºC e reconstituído com 2,5 mL de HNO3 e 22,5 mL de H2O ultrapura.43 Os elementos foram dosados por espectrometria de massas com plasma acoplado indutivamente (ICP-MS, Perkin Elmer Elan 6000).44 Foram avaliadas as concentraçoes totais de alumínio (Al), arsênio (As), berílio (Be), cádmio (Cd), cromo (Cr), cobre (Cu), manganês (Mn), níquel (Ni), chumbo (Pb), estanho (Sn), tálio (Tl), vanádio (V) e zinco (Zn).

A exatidao dos métodos instrumentais foi verificada pela utilizaçao de brancos e controle das amostras, bem como pela utilizaçao de um material certificado de referência (Soil, Loamy clay, Resource Technology Corporation, Laramie, WY, USA, CRM 052).

Análise dos dados e comparaçao

Para a comparaçao espacial entre os valores das concentraçoes de PTS e elementos metálicos, foi utilizada a análise de variância (ANOVA) com teste post-hoc de Tukey entre as variáveis que apresentaram distribuiçao normal e o teste de Kruskal-Wallis com teste post-hoc de Student-Newman-Keuls para aquelas que nao apresentaram distribuiçao normal. Para a comparaçao sazonal, foi utilizado o teste t (Student) entre as variáveis que apresentaram distribuiçao normal e Mann-Withney para as que nao apresentaram distribuiçao normal. Foi considerado o valor de p < 0,05 como nível de significância.

Os resultados encontrados para os valores das concentraçoes diárias de PTS foram comparados com padroes estaduais de qualidade do ar, por meio do Decreto Estadual nº 59.113 de 2013.45 Os valores das concentraçoes dos elementos metálicos foram comparados com os diretrizes internacionais da OMS (Organizaçao Mundial da Saúde) de 2000 e da ATSDR (Agency for Toxic Substances and Disease Registry) de 2002.46,47

Foi realizada comparaçao com estudos realizados em diferentes partes do mundo, que também avaliaram as concentraçoes de PTS e metais associados na atmosfera. A busca foi realizada na plataforma Google Scholar, utilizando os descritores "heavy metals in TSP" e "metais pesados PTS". Foram selecionados no total 8 artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, publicados entre os anos 2000 e 2016.

 

RESULTADOS E DISCUSSAO

Partículas totais em suspensao (PTS)

A Figura 3 mostra a média e o desvio padrao das concentraçoes de PTS nas estaçoes seca e chuvosa, mensuradas nos três pontos de coleta.

 


Figura 3. Concentraçoes de PTS (µg m-3) nos pontos de coleta e estaçoes do ano

 

As maiores concentraçoes médias de PTS foram encontradas no Centro (140,98 µg m-3 na estaçao seca e 70,88 µg m-3 na estaçao chuvosa), seguida do Aeroporto (125,81 µg m-3 na estaçao seca e 66,81 µg m-3 na estaçao chuvosa). O Campus apresentou concentraçoes inferiores aos outros locais (87,38 µg m-3 na estaçao seca e 40,37 µg m-3 na estaçao chuvosa), no entanto a avaliaçao espacial nao mostrou diferença estatística significante (p < 0,05) entre eles, diferente do que foi demonstrado em outros estudos que compararam a concentraçao de material particulado entre regioes centrais e periféricas de áreas urbanas.48,49 Apesar da localizaçao afastada e da presença de áreas verdes em seu entorno, o Campus representa um importante centro universitário da cidade que recebe em média 20.000 veículos por dia,50 o que pode explicar essa similaridade com os outros locais. Os ventos também podem ter contribuído com a elevaçao das concentraçoes de PTS no local, visto que predominantemente sao de origem Leste-Sudeste (ESE) e Leste (E), direçao que vai de encontro ao Campus, que se localiza na regiao Oeste da cidade. Os ventos podem carrear poluentes oriundos de outras regioes da cidade e elevar sua concentraçao em locais na direçao em que sao carregados.51

O Aeroporto também apresentou concentraçao média de PTS semelhante à área central, como evidenciado em pesquisas recentes que mostram que regioes aeroportuárias podem apresentar níveis de poluiçao atmosférica igual ou até maiores que outros locais de tráfego veicular intenso, como portos e rodovias.52,53 O aeroporto de Ribeirao Preto é um dos principais aeroportos brasileiros e anualmente recebe aproximadamente 48.300 voos e 1.052.000 passageiros.54 Além do tráfego aéreo, o ponto também se encontra próximo ao Parque Industrial do Tanquinho. No entanto, sua posiçao em relaçao ao Aeroporto se encontra oposta às direçoes predominantes dos ventos (ESE e E), o que pode nao ter afetado significativamente o local de amostragem.55

As concentraçoes de PTS foram significativamente maiores (p < 0,05) nos meses da estaçao seca em relaçao aos meses da estaçao chuvosa, que apresentaram médias de 118,06 µg m-3 e 59,35 µg m-3, respectivamente. Esse resultado está de acordo com evidências científicas sobre a interferência da sazonalidade na concentraçao de partículas atmosféricas,56-58 que pode ter se dado devido à diferença nos níveis de pluviosidade entre as estaçoes, que foi de 55,80 mm e 414,20 mm (Tabela 1) nos períodos seco e chuvoso, respectivamente.39 As condiçoes pluviométricas nos dias em que as coletas foram realizadas também se apresentaram dentro do esperado para as estaçoes e dessa maneira nao houve grandes variaçoes nas concentraçoes de PTS na atmosfera, durante a amostragem (Tabela 1).39

Cabe destacar também que durante a estaçao seca é realizada a colheita de cana-de-açúcar na regiao, que é caracterizada por apresentar essa cultura como principal cultivo. O Corpo de Bombeiros de Ribeirao Preto revelou um maior número de queimadas nessa época, em áreas de vegetaçao natural e de lavouras no município,59 o que pode ter sucedido em áreas de municípios vizinhos também.60 Atualmente, na safra de 2016/2017 da cana-de-açúcar, 84,4% das colheitas foram realizadas mecanicamente na regiao de Ribeirao Preto, o que dispensou o uso do fogo como pré-colheita.61 Contudo, queimadas podem ter ocorrido no restante das colheitas que foram realizadas manualmente. Estudos mostram aumentos na concentraçao de material particulado em períodos de queima de biomassa proveniente da cana-de-açúcare de vegetaçao natural,62-64 o que pode representar outro fator que possa ter contribuído com a diferença de concentraçao de PTS entre as estaçoes.

As concentraçoes diárias de PTS nao ultrapassaram os padroes estabelecidos pelo Decreto Estadual de nº 59.113 de 2013 (240 µg.m-3).45 Deve-se ressaltar que mesmo abaixo dos limites estabelecidos por lei, o material particulado pode causar danos à saúde da populaçao, como evidenciado em recentes estudos epidemiológicos que correlacionaram o aumento da poluiçao por material particulado com o aumento do número de casos e internaçoes por doenças cardiorrespiratórias.65-67 Cabe destacar também que de 60% a 70% do PTS presente na atmosfera das cidades é composto por MP10 e MP2,5, o que pode representar um maior perigo na concentraçao dos poluentes encontrados neste estudo.68 Pese o número reduzido de coletas, a amostragem foi realizada em períodos sem variaçoes de precipitaçao, o que permitiu a obtençao de dados representativos tanto para estaçao seca quanto para a estaçao chuvosa na regiao.

Elementos metálicos

As concentraçoes dos elementos metálicos associados ao PTS estao apresentadas na Tabela 2.

 

 

Assim como o PTS, os valores das concentraçoes dos elementos metálicos nao apresentaram diferenças entre os locais de coleta (p < 0,05), exceto o cobre (Cu) que apresentou um valor significativamente menor no Campus em relaçao ao Centro; o cromo (Cr) que apresentou valores superiores no Centro comparados com os demais pontos e o zinco (Zn) que apresentou valores menores no Campus em relaçao ao Aeroporto. A ausência de diferenças sem comprovaçao estatística para a maior parte dos elementos, na avaliaçao espacial, indica que os pontos de coleta sao atingidos por fontes similares de poluiçao atmosférica, com a exceçao de fatores que possam ter contribuído para as diferenças do Cu, Cr e Zn, somado a essas fontes. O Campus por apresentar concentraçoes de PTS menores que o Centro e o Aeroporto e nao apresentar alguns desses fatores, apresentou concentraçoes inferiores para esses elementos com comprovaçao estatística.

A diferença significativa entre as concentraçoes de Cu no Campus e no Centro deve-se provavelmente a maior circulaçao de veículos na área central da cidade, posto que a queima de óleo lubrificante é uma das principais fontes de cobre no ambiente.69 Nas proximidades do ponto de coleta no Centro também há indústrias metalúrgicas e madeireiras que sao outras fontes de emissao desse elemento na atmosfera e podem ter contribuído para elevar sua concentraçao nos seus arredores.47,70

As maiores concentraçoes de Cr no Centro em relaçao ao Campus podem ter se dado pela presença de indústrias têxteis e de galvanoplastia próximas ao sítio de amostragem, que sao fontes deste elemento na atmosfera.71 Nas proximidades do Aeroporto também há indústrias desses segmentos no Parque Industrial do Tanquinho, no entanto sua posiçao a Oeste do ponto de coleta e a predominância da direçao dos ventos (ESE e E) podem nao ter contribuído com a poluiçao por Cr no local, tornando-a significativamente inferior em relaçao à concentraçao encontrada no Centro.55

As maiores concentraçoes de Zn no Aeroporto em relaçao ao Campus podem ter ocorrido devido às atividades de pouso e decolagem, visto que a frenagem, o desgaste e o aquecimento de pneus provocam aumento da concentraçao deste elemento na atmosfera.72,73 Cabe ressaltar que nas áreas próximas ao aeroporto vem se instalando assentamentos urbanos informais, onde pode haver lançamento e queima de resíduos sólidos ao redor do local, constituindo outra fonte importante de Zn na atmosfera.72

Estudos evidenciam a relaçao entre a concentraçao de metais com emissoes veiculares e queima de biomassa provenientes de cana de açúcar.74,75 Alguns elementos como Al e Mn estao presentes no solo da regiao (Latossolo Roxo) e podem ter sido suspendidos por meio da açao do vento.76,77 A regiao aeroportuária se diferencia dos demais locais por sofrer influência das emissoes causadas pelas atividades relacionadas à aviaçao. No entanto, o combustível utilizado por aeronaves é similar ao óleo diesel utilizado por veículos automotores de grande porte, principal fator de emissao de compostos metálicos na atmosfera em ambientes urbanos.78,79 O combustível utilizado na aviaçao difere quanto ao óleo diesel por apresentar aditivos para o funcionamento durante o voo, dos quais nao apresentam compostos metálicos em sua composiçao,sendo um fator que nao provoca diferenças significativas nos níveis de poluiçao por elementos metálicos no Aeroporto.78

A Tabela 3 apresenta o valor das médias das concentraçoes de metais durante as estaçoes seca e chuvosa.

 

 

A avaliaçao sazonal mostrou que os elementos As, Be, Cu, Mn, Ni, Pb, Sn e V obtiveram variaçoes semelhantes às do PTS, apresentando médias de concentraçoes estatisticamente maiores (p < 0,05) na estaçao seca. Durante a estaçao chuvosa a deposiçao úmida de elementos metálicos presentes na atmosfera, no solo, é maior que no período seco,80 o que pode ter tornado as concentraçoes desses elementos menores nos meses do verao.

Dos elementos estudados, apenas o Cd ultrapassou a diretriz de qualidade do ar determinada pela OMS de 5 ng m-3,46 em duas coletas consecutivas, no Centro e no Aeroporto, durante a estaçao seca. Os valores das diretrizes representam concentraçoes de metais em MP10, contudo, a maior porcentagem do PTS é constituída por esta classe de partículas, o que torna válida a comparaçao.68 A presença deste elemento na atmosfera pode estar relacionada com as emissoes das indústrias de plásticos localizadas na cidade, da queima de óleo lubrificante veicular, do desgaste de pneus e da queima de biomassa de cana-de-açúcar.74,81,82 O cádmio é classificado como agente carcinogênico do Grupo 1, o que significa que há evidências suficientes de que esse elemento é capaz de causar câncer de pulmao em humanos, por meio da inalaçao.83 A exposiçao também pode ocorrer por via oral, mediante a ingestao de vegetais que absorvem esse elemento de solos contaminados por Cd de origem atmosférica, que se infiltra no solo por deposiçao seca ou úmida.46,83 Além dos efeitos carcinogênicos, o Cd pode afetar também a saúde dos rins e sistema esquelético.84,85

Comparaçao com outros estudos

Os resultados da revisao de literatura estao apresentados na Tabela 4. As concentraçoes de PTS e elementos metálicos variaram de acordo as diferentes fontes de poluiçao e condiçoes meteorológicas das regioes.

 

 

Os locais estudados geralmente apresentaram concentraçoes de poluentes superiores às obtidas no presente estudo. Fatores climáticos, densidade demográfica e industrializaçao foram os principais fatores que causaram as diferenças entre os resultados obtidos, contudo nos trabalhos em que houve avaliaçao sazonal, os períodos secos apresentaram poluiçao maior em relaçao a períodos chuvosos, como foi no presente estudo.

Um estudo realizado em Ouro Preto/MG/Brasil56 encontrou um padrao sazonal semelhante ao encontrado em Ribeirao Preto, registrando maiores concentraçoes de poluentes no período seco. Em contrapartida, foram registradas concentraçoes mais altas de Al e Ni que estao relacionadas aos processos de queima de óleo e de coque pelo processo Bayer, utilizado por indústrias que produzem alumínio a partir da bauxita. Na cidade de Ouro Preto há um segmento desse tipo de indústria o que pode explicar as diferenças de concentraçoes de Al e Ni com o presente trabalho.56

Em Cartagena/Espanha, Moreno-Grau et al. realizaram uma comparaçao sazonal, na qual foi encontrada uma maior concentraçao de poluentes no período seco. No entanto, foram apresentadas elevadas concentraçoes de Cd e Pb, em comparaçao ao que foi encontrado em Ribeirao Preto. Isso pode ter ocorrido pela maior presença de indústrias em Cartagena.86

Na cidade de Sevilha, cidade localizada no Mediterrâneo, no sul da Espanha, foi visto que as concentraçoes de PTS e dos elementos Al, Be, Cr e Mn foram relacionados às tempestades de areia oriundas do Saara, devido à proximidade com o continente africano, enquanto os elementos Cd e Pb foram relacionados às fontes antropogênicas.87 Esses resultados mostram como a posiçao geográfica e direçao dos ventos pode influenciar na concentraçao de poluentes, como as encontradas no Campus no presente estudo.

Em Pequim/China, as estaçoes do ano tiveram papéis preponderantes na concentraçao de metais. Na primavera, os metais Al e Be, elementos presentes na poeira, apresentaram concentraçoes maiores devido à açao dos ventos mais fortes nessa estaçao.57 Contudo, os elementos As, Cd e Pb apresentaram concentraçoes maiores no inverno e outono, período em que o clima é mais seco.57 Isso mostra como uma maior variaçao nos parâmetros meteorológicos entre as estaçoes do ano, causa uma maior variaçao na concentraçao de poluentes, de maneira oposta a Ribeirao Preto, que apresenta variaçao significativa apenas entre a precipitaçao e umidade, entre as estaçoes.

Mecca, na Arábia Saudita, é uma cidade que apresenta o clima desértico. Neste local as concentraçoes de PTS e metais nao variaram durante o ano e sempre se mantiveram altas, devido à seca perene.88 Outros locais que apresentaram concentraçoes altas de poluentes foram algumas cidades de Bangladesh, regiao densamente povoada e relevo montanhoso. Neste país o Pb era adicionado aos combustíveis no período estudado, diferentemente do Brasil, onde essa prática é proibida por lei, o que elevou sua concentraçao na atmosfera.89

Em Ulsan, na Coréia do Sul, a concentraçao de PTS e metais foi maior nos dias de névoa e teve influência das indústrias da regiao.90 Em Islamabad, no Paquistao, um grupo de metais (Cd, Cr, Cu, Mn, Pb e Zn) foi analisado no PTS, onde foi constatado que as principais fontes de poluiçao foram emissoes por automóveis, atividades industriais, processos de combustao e poeira mineral, e que os elementos Cd, Pb e Zn apresentaram forte influência antropogênica.91

Os resultados encontrados neste estudo mostraram que a poluiçao atmosférica por PTS e elementos metálicos se encontra menor em relaçao a outras regioes do mundo com maior densidade demográfica e industrializaçao, além de fatores climáticos extremos. Essa comparaçao serve para aumentar a compreensao das autoridades locais e da sociedade sobre a poluiçao atmosférica por PTS e dessa forma contribuir para tomada de decisoes e promover o crescimento e o desenvolvimento sustentável da cidade.

 

CONCLUSOES

A ausência de diferenças sem comprovaçao estatística entre os pontos de coleta, para a maioria dos poluentes, indica que a poluiçao em Ribeirao Preto é causada principalmente pelo tráfego de veículos automotores e aeronaves, bem como a queima de biomassa, suspensao de poeira do solo e atividades industriais, e que essas fontes atingem as regioes estudadas de formas equivalentes. Pode-se concluir também que apesar das concentraçoes dos poluentes estarem abaixo dos limites estabelecidos pela legislaçao vigente, há possibilidade de haver danos à saúde da populaçao, principalmente nos períodos secos em que a concentraçao de PTS foi significantemente maior e a concentraçao de Cd esteve acima das diretrizes da OMS, no Centro e no Aeroporto. Para melhorar as condiçoes do ar da cidade e minimizar os impactos à saúde devem ser criadas políticas públicas e investimentos que apoiem o uso de energias limpas, a fiscalizaçao de queimadas, o gerenciamento de resíduos e o uso de meios de transporte menos poluidores e coletivos.

 

MATERIAL SUPLEMENTAR

Estao disponíveis em http://quimicanova.sbq.org.br, com acesso livre, o material suplementar deste artigo, em que está apresentada a Tabela 1S que exibe as concentraçoes médias de PTS, as precipitaçoes trimestrais e o número de queimadas registradas em áreas de vegetaçao natural e de cultivo, nas estaçoes seca e chuvosa.

 

REFERENCIAS

1. http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs313/en/, acessada em outubro de 2018.

2. Cançado, J. E. D.; Braga, A.; Pereira, L. A. A.; Arbex, M. A.; Saldiva, P. H. N.; Santos, U. D. P.; J. Bras. Pneumol. 2006, 32, 5.

3. Wang, C.; Tu Y.; Yu, Z.; Lu, R.; Int. J. Environ. Res. Public Health. 2015, 12, 8187.

4. Dai, Q. L.; Bi, X. H.; Wu, J. H.; Zhang, Y. F.; Wang, J.; Xu, H.; Yao, L.; Jiao, L.; Feng, Y. C; Aerosol Air Qual. Res. 2015, 15, 875.

5. Saldiva, P. H. N.; King, M.; Delmonte, V. L. C.; Macchione, M; Parada, M. A. C.; Daliberto, M. L.; Sakae, R. C.; Criado, P. M. P.; Zin, W. A.; Bohm, G. M; Environ. Res. 1992, 57, 19.

6. Lopes, A. J.; Noronha, A. J.; Mafort, T. T.; Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto 2010, 9, 2.

7. Kim, K. H. Kabir, E.; Kabir, S.; Environ. Int. 2015, 74, 136.

8. Pope, C. A.; Burnett, R. T.; Turner, M. C.; Cohen, A.; Krewski, D.; Jerret, M.; Gapstur, S. M.; Thun, M. J.; Environ. Health Perspect. 2011, 119, 1616.

9. Tsai, S. S.; Chang, C. C.; Yang, C. Y.; Environ. Res. Public Health. 2013, 10, 6015.

10. Puett, R. C.; Hart, J. E.; Yanosky, J. D.; Spiegelman, D.; Wang, M.; Fisher, J. A.; Hong, B.; Laden, F.; Environ. Health Perspect. 2014, 122, 926.

11. Chen, Y. C.; Weng, Y. H.; Chiu, Y. W.; Yang, C. Y.; J. Toxicol. Environ. Health. 2015, 78, 1241.

12. Seinfeld, J. H.; Pandis, S. N.; Atmospheric Chemistry and Physics from Air Pollution to Climate Change, 2nd ed., John Wiley and Sons, Inc.: Hoboken, 2006.

13. Tissoti, R. C. M.; Pires, M. J. R.; Alves, R. C. M.; Barbosa, R. S.; Geochim. Bras. 2017, 30, 184.

14. Amato, F.; Cassee, F. R.; van der Gon, H. A. C. D.; Gehrig, R.; Gustafsson, M.; Hafner, W.; Harrison, R. M.; Jozwicka, M.; Kelly, F. J.; Moreno, T.; Prevot, A . S. H.; Schaap, M.; Sunyer, J.; Querol, X.; J. Hazard. Mater. 2014, 275, 31.

15. Mbengue, S.; Alleman, L. Y.; Flament, P.; Atmos. Res. 2014, 135, 35.

16. Drumm, F. C.; Gerhardt, A. E.; Fernandes, G. D. A.; Chagas, P.; Sucolotti, M. S.; Kemerich, P. D. C; Revista Eletrônica em Gestao, Educaçao e Tecnologia Ambiental 2014, 18, 66.

17. Rissman, J.; Arunachalam, S.; Woody, M.; West, J. J.; Bendor, T.; Binkowski, F. S.; Atmos. Chem. Phys. 2013, 13, 9285.

18. Beyersdorf, A. J.; Timko, M. T.; Ziemba, L. D.; Bulzan, D.; Corporan, E.; Herndon, S. C.; Howard, R.; Miake-Lye, R.; Thornhill, K. L.; Winstead, E.; Wey, C.; Yu, Z.; Anderson, B. E.; Atmos Chem. Phys. 2014, 14, 11.

19. Plaude, N. O.; Stulov, E. A.; Parshutkina, I. P.; Monakhova, N. A.; Russian Meteorology and Hydrolgy 2012, 37, 324.

20. Freitas, A. M.; Solci, M. C.; Quim. Nova 2009, 32, 1750.

21. Khanna, I.; Khare, M.; Gargava, P.; Journal of Geoscience and Environmental Protection 2015, 3, 72.

22. Sun, L.; Wu, Q.; Liao, K.; Yu, P.; Cui, Q.; Rui, P.; Wang, D.; Chemosphere 2016, 144, 2392.

23. Gasparik, J.; Vladarova, D.; Capcarova, M.; Smehyl, P.; Slamecka, J.; Garaj, P.; Stawarz, R.; Massanyi, P.; J. Environ. Sci. Health, Part A: Environ. Sci. Eng. Toxic Hazard. Subst. Control 2010, 45, 818.

24. Wu, Y. S.; Fang, G. C.; Lee W.J.; Lee J. F.; Chang C. C.; Lee C. Z.; J. Hazard. Mater. 2007, 143, 511.

25. Okuda, T.; Katsuno, M.; Naoi, D.; Nakao, S.; Tanaka, S.; He, K.; Yongliang. M.; Lei, Y.; Jia, Y.; Chemosphere 2008, 72, 917.

26. Kampa, M.; Castanas, E.; Environ. Pollut. 2008, 151, 362.

27. Wild, P.; Bourgkard, E.; Paris, C.; Em Lung Cancer and Exposure to Metals: The Epidemiological Evidence; Verma, M., ed.; Humana Press Inc: Totowa, 2009, cap. 6.

28. Kelly, F. J.; Fussel, J. C.; Atmos. Environ. 2012, 60, 504.

29. Morales, M. E.; Derbes, R. S.; Ade, C. M.; Ortego, J. C.; Stark, J.; Deininger, P. L.; Roy-Engel, A. M.; PloS One 2016, 11, e0151367.

30. Zhao, Q.; Wang, Y.; Cao, Y.; Chen, A.; Ren, M.; Ge, Y.; Yu, Z.; Wan, S.; Hu, A.; Bo, Q.; Ruan, L.; Chen, H.; Qin, S.; Chen, W.; Hu, C.; Tao, F.; Xu, D.; Xu, J.; Li, L.; Sci. Total Environ. 2014, 470, 340.

31. Wei, X.; Gao, B.; Wang, P.; Zhou, H.; Lu, J.; Ecotoxicol. Environ. Saf. 2015, 112, 186.

32. Tarantino, G.; Capone, D.; Finelli, C.; World J. Gastroenterol. 2013, 19, 3951.

33. Calderón-Garcidueñas, L.; Torres-Jardón, R.; Kulesza, R. J.; Park, S. B.; D'Anguili, A.; Front. Hum. Neurosci. 2013, 8, 613.

34. Jaishankar, M.; Tseten, T.; Anbalagan, N. Mathew, B. B.; Beeregowda, K. N.; Interdiscip. Toxicol. 2014, 7, 60.

35. Li, M.; Ma, Z.; van der Kujip, T. J.; Yuan, Z.; Huang, L.; Sci. Total Environ. 2014, 468, 843.

36. https://portais.ufg.br/up/68/o/Classifica____o_Clim__tica_Koppen.pdf, acessada em outubro de 2018.

37. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/ribeirao-preto/panorama, acessada em outubro de 2018.

38. http://www.denatran.gov.br/frota.htm, acessada em outubro de 2018.

39. https://www.worldweatheronline.com/lang/pt/ribeirao-preto-weather-history/sao-paulo/br.aspx, acessada em outubro de 2018.

40. https://www.wunderground.com/history/, acessada em outubro de 2018.

41. Thé, J. L.; Thé, C. L.; Johnson, M. A.; Shatalov, O.; WRPLOT View; Wind Rose Plots for Meteorological Data, Lakes Environmental, Waterloo, Canada, 2018.

42. http://www.esaat.com.br/docs/met_abnt/9547.pdf, acessada em outubro de 2018.

43. Rovira, J.; Mari, M.; Nadal, M.; Schumacher, M.; Domingo, J. L.; Chemosphere 2010, 80, 1183.

44. https://www3.epa.gov/ttnamti1/files/ambient/inorganic/mthd-3-5.pdf, acessada em outubro de 2018.

45. https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2013/decreto-59113-23.04.2013.html, acessada em outubro de 2018.

46. http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0005/74732/E71922.pdf, acessada em outubro de 2018.

47. https://www.atsdr.cdc.gov/mrls/mrllist.asp#15tag, acessada em outubro de 2018.

48. Hueglin, C.; Gehrig, R.; Baltensperger, U.; Gysel, M.; Monn, C.; Vonnmont, H.; Atmos. Environ. 2005, 39, 637.

49. Xia, T. Y.; Wang, J. Y.; Song, K.; Da, L. J.; Landscape and Ecological Engineering 2014, 10, 181.

50. Silva, R. R., comunicaçao pessoal.

51. Liu, Z.; Hu, B.; Wang, L.; Wu, F.; Gao, W.; Wang, Y.; Environ. Sci. Pollut. Res. 2015, 22, 627.

52. Fang, G. C.; Chiang, H. C.; Chen, Y. C.; Xiao, Y. F.; Zhuang, Y. J.; Environ. Forensics 2014, 15, 296.

53. Shirmohammad, F.; Sowlat, M. H.; Hasheminassab, S.; Saffari, A.; Ban-Weiss, G.; Sioutas, C.; Atmos. Environ. 2017, 151, 82.

54. http://www.daesp.sp.gov.br/estatistica-consulta, acessada em outubro de 2018.

55. http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/J321/pesquisa.xhtml?lei=20625, acessada em outubro de 2018.

56. Magalhaes, L. C.; Nalini Junior, H. A.; Lima, A. C.; Coutrim, M. X.; Quim. Nova 2010, 33, 519

57. Gao, J.; Tian, H.; Cheng, K.; Lu, L.; Wang, Y.; Wu, Y.; Zhu, C.; Liu, K.; Zhou, J.; Liu, X.; Chen, J.; Hao, J.; Atmos. Environ. 2014, 99, 257.

58. Cazier, F.; Ganevray, P.; Dewaele, D.; Noauali, H.; Verdin, A.; Ledoux, F.; Hachimi, A.; Courcot, L.; Billet, S.; Bousima, S.; Shirali, P.; Garçon, G.; Coucot, D.; J. Environ. Sci. 2016, 44, 45.

59. Santos, J. S., comunicaçao pessoal.

60. http://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/subjetiva.aspx?cod_sis=1&idioma=1, acessada em outubro de 2018.

61. Fredo, C. E.; Caser, D. V.; Análises e Indicadores do Agronegócio 2017, 12.

62. Arbex, M. A.; Martins, L. C.; Oliveira, R. C.; Pereira, L. A. A.; Arbex, F. F.; Cançado, J. E. D.; Saldiva, P. H. N.; Braga, A. L. F.; Br. J. Prev. Soc. Med. 2007, 61, 395.

63. Martinez-Valenzuela, C.; Rodriguez-Quintana, A. R.; Meza, E.; Waliszewski, S. M.; Amador-Muñoz, O.; Mora-Romero, A.; Calderon-Segura, M. E.; Felix-Gastelum, R.; Rodriguez-Romero, I.; Caba, M.; Environ. Toxicol. Pharmacol. 2015, 40, 397.

64. Brassard, P.; Palacios, J. H.; Godbout, S.; Bussieres, D.; Lagace, R.; Larouche, J. P.; Pelletier, F.; Bioresour. Technol. 2014, 155, 300.

65. Nicolussi, F. H.; Santos, A. P. M.; André, S. C. S.; Veiga, T. B.; Takayanagui, A. M. M.; Rev. Saúde Pública 2014, 48, 326.

66. Gavinier, S.; Nascimento, L. F. C.; Rev. Ambiente Agua 2014, 9, 390.

67. Di, Q.; Wang, Y.; Zanobetti, A.; Wang, Y.; Koutrakis, P.; Choirat, C.; Dominici, F.; Scwartz, J. D.; N. Engl. J. Med. 2017, 376, 2513.

68. Donaldson, K.; Stone, V.; Clouter, A.; Renwick, L.; MacNee, W.; Occup. Environ. Med. 2001, 58, 211.

69. Xia, L.; Gao, Y.; Atmos. Pollut. Res. 2011, 2, 34.

70. Yang, F. M.; He, K. B.; Ma, Y. L.; Chen, X.; Chen, S. H.; Chan, T.; Mulawa, P. A.; Environ. Sci. 2003, 24, 33.

71. Das, R.; Khezri, B.; Srivastava, B.; Datta, S.; Sikdar, P. K.; Webster, R. D.; Wang, X.; Atmos. Pollut. Res. 2015, 6, 742.

72. Ramadan, Z.; Song, X. H.; Hopke, P. K.; J. Air Waste Manage. Assoc. 2000, 50, 1308.

73. Dall'Ostro, M.; Beddows, D. C. S.; Gietl, J. K.; Olatunbosun, O. A.; Yang, X.; Harrison, R. M.; Atmos. Environ. 2014, 94, 224.

74. Silva, F. S.; Godoi, R. H. M.; Tauler, R.; André, P. A.; Saldiva, P. H. N.; Grieken, R. V.; Marchi, M. R. R.; J. Environ. Prot. 2015, 6, 426.

75. Qi, L.; Zhang, Y.; Ma, Y.; Chen, M.; Ge, X.; Ma, Y.; Zheng, J.; Wang, Z.; Li, S.; Atmos. Pollut. Res. 2016, 7, 547.

76. Centurión, J. F.; Andriolli, I.; Marques Júnior, J.; Marchiori, D. G.; Sci. Agric. (Piracicaba, Braz.) 1995, 52, 2.

77. Belluta, I.; Coelho, J. C.; Silva, R. F. B.; Carvalho, L. R.; Silva, A. M.; Valente, J. P. S.; Irriga 2014, 19, 225.

78. Tesseraux, I.; Toxicol. Lett. 2004, 149, 194.

79. Fortoul, T. I.; Rodriguez-Lara, V.; Gonzales-Villalva, A.; Rojas-Lemus, M.; Colin-Berenque, L.; Bizarro-Nevares, P.; García-Peláez, I.; Ustarroz-Cano, M.; López-Zepeda, S.; Cervantes-Yépez, S.; López-Valdez, N.; Meléndez-García, N.; Espinoza-Zurutuza, M.; Cano-Gutierrez, G.; Cano-Rodrígues, M. C. Em Health Effects of Metals in Particulate Matter; Nejadkoorki, Y., ed.; InTech: London, 2015, cap. 25.

80. Pan, Y. P.; Wang, Y. S.; Atmos. Chem. Phys. 2015, 15, 951.

81. Duan, J.; Tan, J.; Atmos. Environ. 2013, 74, 93.

82. Soriano, A.; Pallarés, S.; Pardo, F.; Vicente, A. B.; Sanfeliu, T.; Bech, J.; J. Geochem. Explor. 2012, 113, 36.

83. https://monographs.iarc.fr/ENG/Monographs/vol100C/mono100C-8.pdf, acessada em outubro de 2018.

84. Janicka, M.; Binkowski, L. J.; Blazsczyk, M.; Paluch, J.; Wojtas, W.; Massanyi, P.; Stawarz, R.; J. Trace Elem. Med. Biol. 2015, 29, 342.

85. Akesson, A.; Barregard, I.; Bergahl, L. A.; Nordberg, G. F.; Nordberg, M.; Skerfving, S.; Environ. Health Perspect. 2014, 122, 431.

86. Moreno-Grau, S.; Perez-Tornell, A.; Bayo, J.; Moreno, J.; Angosto, J. M.; Moreno-Clavel, J.; Atmos. Environ. 2000, 34, 5161.

87. Enamorado-Baez, S. M.; Goméz-Guzmán, J. M.; Chamizo, E.; Abril, J. M.; Atmos. Res. 2015, 155, 118.

88. Habbebulah, T. M. A.; Aerosol Air Qual. Res. 2016, 16, 336.

89. Mondol, M. N.; Khaled, M.; Ullah, C. S. M.; Bangladesh J. Sci. Ind. Res. 2014, 49, 263.

90. Lee, B. K.; Park, G. H.; J. Hazard. Mat. 2010, 184, 406.

91. Shah, M. H.; Shaheen, N.; Nazir, R.; Atmos. Pollut. Res. 2012, 3, 39.

On-line version ISSN 1678-7064 Printed version ISSN 0100-4042
Qu�mica Nova
Publica��es da Sociedade Brasileira de Qu�mica
Caixa Postal: 26037 05513-970 S�o Paulo - SP
Tel/Fax: +55.11.3032.2299/+55.11.3814.3602
Free access

GN1